segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Estudo indica competências essenciais aos gestores de sustentabilidade no Brasil

Estudo indica competências essenciais aos gestores de sustentabilidade no Brasil

Pesquisa realizada pela Korn/Ferry International aborda evolução do setor nas empresas que atuam no país e traça perfil deste profissional

Qual vem sendo o papel e o perfil dos gestores de Sustentabilidade (ou do inglês, CSO – Chief Sustainability Officer) nas empresas brasileiras? Para responder estas perguntas a Korn/Ferry International, líder global em soluções para gestão de talentos executivos, realizou pesquisa com os executivos líderes de empresas no Brasil. A inspiração do projeto foi o aumento da demanda por este novo profissional - que já tem posição destacada nas empresas norte-americanas e européias.

Segundo o estudo, os fatores influenciadores para a criação de uma área de Sustentabilidade nas empresas são diversos e múltiplos. Eles podem ser resultado da iniciativa do fundador ou CEO, pressão do mercado ou do consumidor ou ainda da aderência ao contexto de Códigos de Ética, de Conduta e Compliance. Fica claro, porém, que o objetivo principal está na busca pela inserção no mercado mundial – globalizado -, visando atender as exigências de práticas sustentáveis nas instituições.

Outra característica do mercado brasileiro fica por conta de sua freqüente associação a outras áreas tradicionais das organizações como Comunicação, Recursos Humanos ou Vendas & Marketing. Por isso, ainda é raro encontrar a figura do CSO subordinado diretamente ao CEO e exclusivamente focado no tema, ainda que este assunto esteja na agenda do dia dos executivos líderes.

Executivos em formação
Como o fenômeno da criação de uma área dedicada nas organizações ainda é muito recente nas empresas brasileiras, não houve tempo hábil para a formação e preparação de profissionais especializados. Segundo os dados do estudo, o perfil do gestor de Sustentabilidade nas empresas é bastante diversificado: 27% são administradores, 27% de engenheiros e 20% de jornalistas. Os 28% restantes se dividem igualmente entre economistas, agrônomos, profissionais de relações públicas e graduados em Ciências Sociais.

“Nos mercados mais maduros, esse profissional já é uma figura estratégica e está diretamente ligado ao CEO ou ao board de liderança. No Brasil ainda não. Entretanto, existem boas perspectivas e observa-se um crescimento da demanda por este profissional”, explica Silvia Sigaud sócia diretora da Korn/Ferry responsável pela subprática de Sustentabilidade. “Existem, porém, setores que saíram na frente, como Papel & Celulose. Isso acontece por terem uma cadeia de valor grande e complexa que, forçosamente, traz o tema para a pauta do dia de todo corpo diretivo”, complementa.

Em termos de experiência, a pesquisa revela que a atuação destes gestores está diretamente relacionada ao foco que a Sustentabilidade tem na empresa. Empresas do setor da indústria, por exemplo, tendem a relacionar as práticas com questões de Meio Ambiente, enquanto as do setor de Serviços tratam do tema pelo âmbito mais social. Isso é compreensível quando se leva em consideração o segmento, o ambiente competitivo, a atividade fim e a cultura das organizações. Entretanto, o modelo também contribui para que poucas empresas abordem – de fato - o tema de maneira ampla e holística, diminuindo o impacto de sua atuação.

Outra particularidade abordada no estudo é o entendimento que os profissionais da área têm em relação ao seu futuro profissional. As opiniões se dividem em dois pólos. No primeiro, estão aqueles que acreditam que seu papel tem um prazo de validade até que as práticas e cultura da Sustentabilidade sejam absorvidas pela organização. Outros, no entanto, enxergam sua atuação como estratégica na busca pela excelência nas empresas e percebem um aumento da importância em longo prazo.

Quando questionados sobre as competências que consideram críticas para o sucesso da gestão da sustentabilidade nas empresas, os executivos foram praticamente unânimes e elencaram quatro essenciais:

- Compreender o negócio – necessidade de compreensão da dinâmica da companhia em suas mais amplas dimensões;

- Inspirar as pessoas – capacidade de promover engajamento, comprometimento e envolvimento de um universo grande e diverso de pessoas formado pelos colaboradores e também pelos stakeholders;

- Comunicar com eficiência – é fundamental que os executivos sejam capazes de se comunicar com muita clareza, sabendo adaptar seu discurso para diferentes interlocutores, sempre priorizando o diálogo;

- Agir com honra e caráter – o profissional precisa demonstrar comprometimento com o que precisa ser feito, muitas vezes servindo de exemplo e transmitindo uma visão convincente e coerente.

“Analisando as competências selecionadas, percebe-se que elas estão relacionadas ao papel central desse gestor nas organizações que é o de compreender a organização e seu papel no ambiente macro, sendo capaz de navegar por ele e firmar pontes com interlocutores diversos”, afirma Silvia Sigaud. “Em poucas palavras, pode-se definir esse profissional como um ‘generalista estratégico’ nas organizações, integrando a estratégia de longo prazo das mesmas”, complementa.

As perspectivas são boas. Embora seja um tema relativamente novo no país, a área de Sustentabilidade tem passado por diversas transformações e conquistando posições de destaque nas mais diversas organizações. “Os resultados do estudo são animadores. A Sustentabilidade caminha a passos largos para um posicionamento destacado no Brasil e está cada vez mais perto do centro da tomada de decisões das organizações”, avalia a executiva.

Sobre a Korn/Ferry International

A Korn/Ferry International, com mais de 90 escritórios em 40 países, é provedora líder global de soluções para a gestão de talentos. Com sede em Los Angeles, a empresa oferece amplo leque de soluções que ajudam os clientes a identificar, empregar, desenvolver, reter e recompensar seus respectivos talentos. Para obter mais informações sobre o grupo de empresas da Korn/Ferry International, acesse o site www.kornferry.com.


ANA FONTES - DIRETORA DO ELOGIEAKI , O PRIMEIRO SITE DE ELOGIOS DO BRASIL