quarta-feira, 29 de julho de 2009

Papa-Pilhas Programa Real de Reciclagem de Pilhas e Baterias

Papa-Pilhas Programa Real de Reciclagem de Pilhas e Baterias - MUITO BACANA

O Programa Real de Reciclagem de Pilhas e Baterias, Papa-Pilhas, recolhe pilhas e baterias portáteis usadas e se encarrega de sua reciclagem. Assim, contribuímos para uma adequada disposição desses materiais, cujos resíduos tóxicos representam um risco ao meio ambiente e à saúde pública.

Depositadas em lixões e aterros sanitários, pilhas e baterias podem vazar e contaminar o lençol freático, solo, rios e alimentos, causando danos às pessoas e animais.

Com o programa, queremos conscientizar as pessoas sobre a necessidade de dar uma destinação correta a esses materiais, reduzindo a quantidade de pilhas e baterias lançadas inadequadamente no meio ambiente.

A reciclagem é feita por uma empresa especializada e licenciada para realizar esse trabalho. O Banco Real é responsável pelos custos de coleta, transporte e reciclagem dos materiais.

O Papa Pilhas reforça nossas Práticas de Gestão, que buscam o engajamento dos públicos que se relacionam com o Banco na construção de uma sociedade melhor.



As etapas do programa

O Papa-Pilhas foi lançado em dezembro de 2006. Inicialmente, foi implantado em três cidades: Campinas (SP), João Pessoa (PB) e Porto Alegre (RS). Esses municípios foram escolhidos segundo critérios de população, participação no PIB nacional e número de agências bancárias que temos nessas localidades.

Nos primeiros seis meses, foram coletadas 12 toneladas de pilhas e baterias usadas. A partir de julho de 2007, o programa começou a ser expandido para todas as capitais brasileiras e em municípios no Estado de São Paulo.

Ao longo de 2008, foram tratadas 127 toneladas de material, quantidade três vezes superior à de 2007. Um dos destaques foi o Estado de SP, com mais de 70 toneladas.

No acumulado do programa até Dezembro de 2008 são mais de 170 toneladas coletadas em quase dois mil postos de coleta espalhados por todo o Brasil.


Onde estão os postos do Papa-Pilhas

Os coletores do Papa-Pilhas estão presentes em grande parte das agências do Banco Real e agora também em 175 agências do Santander.

Encontre a agência do Banco Real mais próxima de você. Entre em contato para confirmar se ela já tem o coletor Papa-Pilhas e leve até lá as pilhas e baterias usadas em sua casa ou escritório. Confira aqui as agências do Santander que têm o coletor.



Materiais coletados

O Papa-Pilhas recolhe todo tipo de pilhas e baterias usadas em lanternas, rádios, controles remotos, relógios, celulares, telefones sem fio, laptops, câmeras digitais e outros aparelhos portáteis.

Lembre-se: como determinado pela legislação ambiental (Resolução Conama 257 de 30/06/1999), pilhas e baterias com peso superior a 500 gramas ou dimensões maiores que 5 cm x 8 cm devem ser devolvidas ao local da compra ou encaminhadas diretamente ao fabricante. O mesmo deve ser feito com baterias de chumbo ácido de qualquer tamanho, usadas em motocicletas, alarmes, celulares rurais e automóveis.



Por que reciclar pilhas e baterias?

O Brasil já recicla volumes expressivos de papel, plásticos, vidros, alumínio, ferro e outros materiais. Nós, do Banco Real, fazemos isso porque compreendemos a importância de preservar o meio ambiente e os recursos naturais para as gerações futuras.

Contudo, reciclar pilhas e baterias esgotadas ainda não é uma prática comum entre nós. Além disso, descartá-las de forma incorreta é extremamente perigoso. Os metais pesados existentes em seu interior não se degradam e são extremamente nocivos à saúde e ao meio ambiente.

Uma pilha comum contém, geralmente, três metais pesados: chumbo, cádmio e mercúrio, além manganês, cobre, níquelm cromo e zinco.

Por isso, pilhas e baterias representam hoje um sério problema ambiental. São comercializadas a cada ano no país cerca de 1,2 bilhões de pilhas secas (zinco-carbono) e alcalinas (hidróxido de potássio ou de sódio - zinco). (Dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica - Abinee).




Riscos ao meio ambiente e à saúde

Na natureza, uma pilha pode levar séculos para se decompor. Os metais pesados, porém, nunca se degradam. Em contato com a umidade, água, calor ou outras substâncias químicas, os componentes tóxicos vazam e contaminam tudo por onde passam: solo, água, plantas e animais.

Com as chuvas, penetram no solo e chegam às águas subterrâneas, atingindo córregos e riachos. A água contaminada acaba atingindo a cadeia alimentar humana por meio da irrigação agrícola ou do consumo direto.

Os metais pesados possuem alto poder de disseminação e uma capacidade surpreendente de acumular-se no corpo humano e em todos os organismos vivos, os quais são incapazes de metabolizá-los ou eliminá-los, o que traz sérios danos à saúde.



O mercado paralelo de pilhas irregulares

Um outro problema relacionado a este produto é o mercado paralelo de pilhas irregulares, ou seja, fabricadas ilicitamente. Fora das especificações do CONAMA, essas pilhas são altamente tóxicas e perigosas para a saúde. Para que elas sejam retiradas do mercado, além da fiscalização do governo, os consumidores precisam fiscalizar as pilhas que compram e exigir que as informações sobre a origem do produto estejam claras.

De acordo com a estimativa da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), cerca de 40% das pilhas vendidas no País são ilegais.

Fabricadas com teores de metais pesados - cádmio, chumbo e mercúrio - até sete vezes superiores aos permitidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), as pilhas irregulares, de uso doméstico, vazam com facilidade.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, apresentou em pesquisa, dois modelos de pilhas irregulares que estouraram até um ano e meio antes do prazo de validade, afirmando que "isso ocorre porque a blindagem que envolve a pasta na qual ocorrem as reações químicas geradoras de corrente elétrica é feita de papelão e não de aço. Elas têm um componente muito atrativo, que é o preço. No entanto, além da fragilidade, têm baixa durabilidade, exigindo uma reposição intensa. Como, geralmente, são jogadas no lixo doméstico e não recebem tratamento especial, entram em deterioração e contaminam o meio ambiente com metais pesados".


Como é feita a reciclagem

Todas as pilhas e baterias recolhidas pelo Programa "Papa-Pilhas" são transportadas por uma empresa especializada a ADS Micrologística, que se encarrega do transporte até a empresa recicladora Suzaquim Indústrias Quimicas Ltda, localizada em Suzano (São Paulo). Para mais informações acesse:

www.suzaquim.com.br
www.adsmicrologistica.com.br

As pilhas e baterias são desencapadas e seus metais queimados em fornos industriais de alta temperatura, dotados de filtros que impedem a emissão de gases poluentes.

Nesse processo são obtidos sais e óxidos metálicos, que são utilizados na indústria de refratários, vidros, tintas, cerâmicas e química em geral, sem riscos às pessoas e ao ambiente.



Dicas sobre o uso correto de pilhas e baterias

. Colocar pilhas na geladeira não aumenta a carga, ao contrário, quando expostas ao frio ou calor o desempenho pode piorar.
. Na hora de trocá-las em um equipamento, substitua todas ao mesmo tempo.
. Retire-as se o aparelho for ficar um longo tempo sem uso, pois podem vazar.
. Não misture pilhas diferentes (alcalinas e comuns; novas e usadas). Isso prejudica o desempenho e a durabilidade.
. Prefira as pilhas e baterias recarregáveis ou alcalinas. Apesar de custarem um pouco mais, têm maior durabilidade.
. Guarde as pilhas em local seco e em temperatura ambiente.
. Nunca guarde pilhas e baterias junto com brinquedos, alimentos ou remédios.
. Não exponha pilhas e baterias ao calor excessivo ou à umidade. Elas podem vazar ou explodir.
. Pelas mesmas razões, não as incinere e, em hipótese alguma, tente abri-las.
. Nunca descarte pilhas e baterias no meio ambiente e não deixe que elas se transformem em brinquedo de crianças.
. Evite comprar aparelhos portáteis com baterias embutidas não removíveis.
. Compre sempre produtos originais. Não use pilhas e baterias piratas.



O que são pilhas e baterias e como elas surgiram

Pilha é uma mini-usina portátil, que transforma energia química em energia elétrica. Atua como uma bomba de elétrons, removendo-os de um pólo negativo (ânodo) e empurrando-os para um pólo positivo (cátodo).

A reação química, que consome/libera elétrons no interior da célula, é denominada reação de oxi-redução. Enquanto está ocorrendo a reação, há um fluxo constante de íons através de uma substância líquida ou pastosa (eletrólito), com obtenção de energia elétrica.

Bateria é um conjunto de pilhas interligadas de modo conveniente, dispostas em série ou em paralelo, para produzir a voltagem desejada.

Essencialmente, uma bateria é um recipiente contendo substâncias químicas que produz elétrons. É uma máquina eletroquímica, ou seja, um dispositivo que produz eletricidade através de reações químicas. As baterias, assim como as pilhas, têm dois pólos, um positivo e outro negativo.

Os elétrons saem do pólo positivo e são recolhidos no pólo negativo. A eletricidade só é gerada quando os dois pólos estão em contato em um circuito fechado, como em uma aparelhagem ou em um celular ligado.

O princípio de funcionamento é basicamente o mesmo para todas as pilhas e baterias, podendo variar de acordo com o sistema químico utilizado. Ele determina, entre outras coisas, a capacidade, potência, vida útil e o grau de agressividade à saúde e ao ambiente, quando são transformadas em resíduos.

Outra classificação importante, aplicada às pilhas, é quanto ao meio físico em que ocorrem as reações químicas: pilhas secas e pilhas úmidas.

Na maioria dos sistemas químicos de pilhas e baterias, o cátodo fornece o agente oxidante (geralmente um óxido metálico) e o ânodo (geralmente constituído de um metal) sofre uma oxidação ou corrosão. A reação química é produzida pelos dois eletrodos, os quais são introduzidos em um eletrólito líquido ou pastoso.

Nas pilhas e baterias secas, objetos do Papa-Pilhas, o eletrólito é imobilizado na forma de pasta ou gel, ou imerso em um separador. Os outros componentes da bateria são inativos e são feitos de metal ou material combustível (plástico, papelão, etc.).

A história das pilhas começa na antiguidade, com a descoberta da eletricidade pelo filósofo grego Tales de Mileto. Ao esfregar um âmbar a um pedaço de pele de carneiro, ele observou que fragmentos de palha e de madeira começaram a ser atraídas pelo próprio âmbar.

Do âmbar (élektron, em grego) surgiu o nome eletricidade. Em 1672, Otto von Guericke iniciou estudos sistemáticos sobre a eletrificação por atrito. Ele inventou uma máquina geradora de cargas elétricas, onde uma esfera de enxofre girava constantemente atritando-se em terra seca. Meio século depois, Stephen Gray fez a primeira distinção entre condutores e isolantes elétricos.

Durante o século XVIII, as máquinas elétricas evoluíram até chegar a um disco rotativo de vidro, que era atritado a um isolante adequado. Uma descoberta importante, feita por Ewald Georg von Kleist e Petrus van Musschenbroek, foi a do condensador, que consistia em uma máquina armazenadora de cargas elétricas. Eram dois corpos condutores separados por um isolante delgado.

Contudo, o nome mais aceito para o inventor da pilha é o físico italiano Alessandro Volta (1745-1827). Para transformar energia química em energia elétrica, ele se baseou em relatos de diversas experiências sobre fenômenos elétricos, como os de Petrus van Musschenbroek, Giovanni Batista Beccaria, Jean Antoine Nollet e, principalmente, nos estudos do seu amigo, o médico e físico Luigi Galvani.

Em 1786, Galvani realizou uma experiência curiosa: pendurou a perna de uma rã em um guincho de bronze preso a um poste de ferro. Durante uma tempestade, observou que a faísca elétrica a fazia saltar e concluiu que para se obter eletricidade eram necessários dois metais diferentes e um pedaço de carne. Alessandro Volta, interpretou de outra maneira, acreditando que para produzir eletricidade eram necessários dois metais e um líquido que contenha íons. Depois de comprovar sua teoria em outras experiências, Volta construiu sua primeira pilha, em 1800. A unidade de potencial elétrico "Volt" tem esse nome em homenagem ao cientista.

A eficiência da pilha de Volta mostrou-se limitada, devido ao fenômeno da polarização. A reação da pilha provocava o surgimento de bolhas de hidrogênio em torno do disco de cobre, formando uma película sobre a superfície que isola a corrente, comprometendo a eficácia. Esse problema foi superado pelo químico inglês John Daniell, em 1836. A pilha consistia de um eletrodo negativo de zinco mergulhado em um eletrólito de ácido sulfúrico diluído, e um eletrodo de cobre em uma solução saturada de sulfato de cobre. Os dois líquidos eram separados por uma membrana porosa, e não ocorria o efeito da polarização. Três anos depois, William Grove inventou a pilha termovoltaica e eletroquímica, utilizando arame de platina como eletrodo e, como eletrólito, ácido sulfúrico e ácido nítrico.

Em 1868, o engenheiro francês George Leclanché construiu uma pilha que tinha eletrólito líquido composto por uma solução forte de cloreto de amônio. O eletrodo negativo era uma placa de zinco e o positivo um bastão de carvão inserido em um tubo poroso, contendo também carvão esmagado e dióxido de manganês.

Gassner aperfeiçoou a pilha de Leclanché em 1886, substituindo a solução eletrolítica por uma pasta úmida. Nessa pilha, o zinco aparece como recipiente, além de ser o pólo negativo. A maioria das "pilhas secas" da atualidade derivam da pilha criada por Gassner.

Somente nos Estados Unidos, a produção anual de pilhas e baterias alcançou 2 milhões de unidades, no início do Século XX. Desde então, houve dois períodos de crescimento rápido nesse mercado. Em 1920, com o invento do rádio doméstico, e na segunda metade do século, com o crescente uso de equipamentos elétricos e eletrônicos portáteis.

No Brasil, a produção de pilhas Leclanché teve início em 1954, com a implantação de uma fábrica da Eveready e uma da Microlite (Ray-o-Vac). Então, o mercado nacional restringia-se a poucos milhares de unidades anuais, basicamente para lanternas elétricas portáteis.

Antes do surgimento do transistor, os rádios demandavam baterias de pilha, cujo alto custo limitava seu uso às regiões desprovidas de energia elétrica.

Após o advento do transistor e de seu uso disseminado em rádios portáteis e outros equipamentos eletrônicos, a demanda de pilhas cresceu exponencialmente. No final da década de 70, o mercado nacional já consumia cerca de 1 bilhão de unidades/ano, somente do tipo zinco-carvão.

Mais dois fabricantes se instalaram no país: a Panasonic, em 1968, e a Eletromoura (Wayotec), em 1979. A partir de então, o uso da pilha popularizou-se.

As pilhas alcalinas começaram a ser produzidas no Brasil pela Microlite, em 1978, seguida pela Duracell (1984) e pela Eveready (1987). A capacidade de produção instalada na década de 80 já superava 1,2 bilhão de unidades/ano. A indústria estava preparada para o crescimento econômico.

Contudo, veio a recessão e, com ela, uma sensível queda no consumo de produtos populares, incluindo as pilhas. Em 1994, o mercado de pilhas zinco-carbono era estimado em 680 milhões de unidades/ano e o de pilhas alcalinas, em 60 milhões de unidades/ano. Esses números representavam, então, aproximadamente 85% da produção nacional. Desse total, 15% eram exportados, inclusive para a Europa.

Durante as duas últimas décadas do século XX, a indústria de pilhas e baterias cresceu vertiginosamente. Atualmente, esse mercado movimenta bilhões de dólares em todo o mundo.

Nos Estados Unidos, a fabricação de 95% das baterias está baseada na produção de quatro tipos de baterias secundárias e de nove tipos de baterias primárias.

As pilhas e baterias estão definitivamente presentes no cotidiano do homem moderno. O perfil de consumo mundial per capta situa-se entre 5 pilhas ao ano, nos países em desenvolvimento, como o Brasil, e 15 pilhas ao ano, nos países industrializados. Isso pode ser traduzido em um consumo mundial da ordem de 10 bilhões de pilhas/ano.